Crise estimula venda de cosméticos

Em tempos de recessão econômica, mulheres compram mais artigosde beleza do que bens duráveis

Crises financeiras são as épocas mais lucrativas para a indústria de beleza. O fenômeno, conhecido como “Índice Batom”, foi percebido por Leonard Lauder, presidente da tradicional marca de cosméticos norte-americana Estée Lauder, após notar aumento nas vendas em 2001, com os Estados Unidos devastados pela queda das Torres Gêmeas e com baixa atividade econômica. No Brasil, a percepção também faz sentido. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal e Perfumaria (Abihpec), no ano de 2010, quando a economia do país cresceu 7,5%, o setor faturou R$ 29,9 bilhões. Já com a previsão para crescimento do PIB de 2014 em 0,15%, a expectativa de ganhos no segmento é de R$ 42,6 bilhões. Ou seja, 42% a mais.

“A gente quer sempre melhorar a aparência. Mesmo sem dinheiro compra um batom, um creme…”, Rosane Maria Pereira da Silva, cabeleireira
A justificativa é que em momentos de dificuldade financeira, as mulheres dariam preferência a produtos mais baratos. Entre eles, batons que são encontrados na faixa de R$ 25, em vez de bolsas e sapatos, cujo valor passa dos R$ 100, por exemplo. Além disso, os cosméticos teriam a função de melhorar a autoestima e ajudar na busca por empregos, no caso de o país estar em recessão.
Economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fabio Bentes conta que o setor de cosméticos foi o que mais cresceu no Brasil nos últimos anos. Porém, segundo ele, o país ainda não vive uma crise econômica. “No comércio as vendas não estão caindo, só estão crescendo menos. Também não há desemprego, por isso não podemos dizer que estamos em recessão. Nesse sentido, o aumento no consumo de artigos de beleza é estimulado pelo aumento de renda da população”, explica.

Porém, o economista acredita que este ano será mais difícil que 2014. A tendência é que o orçamento familiar seja prejudicado pelo aumento na tarifa de energia elétrica e reajustes no combustível, entre outros.
“Nos últimos anos, o brasileiro passou a gastar mais com bens duráveis, como eletrodomésticos e automóveis. Ocorre que estamos em um ano particularmente difícil, porque o crédito está muito caro. O consumidor olha para o valor da prestação e vê que não vai caber no orçamento”, avalia.

Assim, o “Índice Batom” pode se tornar realidade. A cabeleireira Rosane Maria Pereira da Silva, 41 anos, por exemplo, evita comprar roupas, principalmente se tiver que parcelar, mas não abre mão da maquiagem. “Sempre uso batom, lápis. Tenho que me cuidar”, brinca.

Já a gerente de TI Renata Andrade, 37, diz que cosmético é questão de necessidade. “Bolsa e sapato são supérfluos, mas não dá para ficar sem lavar o cabelo, sem fazer a unha. Rímel também é fundamental para tirar a cara de sono no trabalho”, conta.

Homens são o novo público alvo do setor de beleza

Em busca de novos mercados, o segmento de cosméticos começou a investir no aumento de renda da classe C. Assim, conseguiu ganhar novos consumidores. Agora, segundo o economista Fabio Bentes, é a vez dos homens serem fisgados pelo setor.

“Esgotou-se a capacidade que a classe C tinha de consumir mais e é natural que o mercado busque novos compradores. O potencial de consumo agora é o público masculino, que está adquirindo cada vez mais cosméticos”, avalia o especialista.

Para Daniel Silveira, diretor regional da Natura, os produtos voltados para os homens ganham destaque na marca. “Eles estão cada vez mais vaidosos, temos pesquisas que indicam isso e os produtos têm ganhado espaço dentro do mix da empresa”, explica.

O foco, porém, continua sendo as mulheres. Rosana Marques, diretora de Comunicação da Avon Brasil, afirma que o ano passado foi interessante para a gigante norte-americana. “Se a mulher está desempregada, compra um esmalte e faz a unha em casa. Elas deixam de financiar carro novo, eletrodoméstico, porque já estão endividadas, mas aderem às pequenas indulgências”, diz.

No Brasil, boa parte do consumo de produtos de beleza é feita por meio de revendedoras. Segundo Roberta Kuruzu, diretora-executiva da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd), mesmo com as dificuldades de 2014 houve crescimento no setor.

“O ano foi difícil, a gente vê que o momento é de crise, mas não dá para negar que as pessoas deixam de comprar bens duráveis e compram cosméticos. Grandes empresas vieram para o Brasil e o setor tem se fortalecido”, conclui.

Reportagem de Maíra Teixeira, do IG, e Stephanie Tondo, do Dia

Crise estimula venda de cosméticos

50 Ideas on Using Twitter for Business

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We really can’t deny the fact that businesses are testing out Twitter as part of their steps into the social media landscape. You can say it’s a stupid application, that no business gets done there, but there are too many of us (including me) that can disagree and point out business value. I’m not going to address the naysayers much with this. Instead, I’m going to offer 50 thoughts for people looking to use Twitter for business. And by “business,” I mean anything from a solo act to a huge enterprise customer.

First Steps

  1. Build an account and immediate start using Twitter Search to listen for your name, your competitor’s names, words that relate to your space. (Listening always comes first.)
  2. Add a picture. ( Shel reminds us of this.) We want to see you.
  3. Talk to people about THEIR interests, too. I know this doesn’t sell more widgets, but it shows us you’re human.
  4. Point out interesting things in your space, not just about you.
  5. Share links to neat things in your community. ( @wholefoods does this well).
  6. Don’t get stuck in the apology loop. Be helpful instead. ( @jetblue gives travel tips.)
  7. Be wary of always pimping your stuff. Your fans will love it. Others will tune out.
  8. Promote your employees’ outside-of-work stories. ( @TheHomeDepot does it well.)
  9. Throw in a few humans, like RichardAtDELL, LionelAtDELL, etc.
  10. Talk about non-business, too, like @aaronstrout and @jimstorer.

Ideas About WHAT to Tweet

  1. Instead of answering the question, “What are you doing?”, answer the question, “What has your attention?”
  2. Have more than one twitterer at the company. People can quit. People take vacations. It’s nice to have a variety.
  3. When promoting a blog post, ask a question or explain what’s coming next, instead of just dumping a link.
  4. Ask questions. Twitter is GREAT for getting opinions.
  5. Follow interesting people. If you find someone who tweets interesting things, see who she follows, and follow her.
  6. Tweet about other people’s stuff. Again, doesn’t directly impact your business, but makes us feel like you’re not “that guy.”
  7. When you DO talk about your stuff, make it useful. Give advice, blog posts, pictures, etc.
  8. Share the human side of your company. If you’re bothering to tweet, it means you believe social media has value for human connections. Point us to pictures and other human things.
  9. Don’t toot your own horn too much. (Man, I can’t believe I’m saying this. I do it all the time. – Side note: I’ve gotta stop tooting my own horn).
  10. Or, if you do, try to balance it out by promoting the heck out of others, too.

Some Sanity For You

  1. You don’t have to read every tweet.
  2. You don’t have to reply to every @ tweet directed to you (try to reply to some, but don’t feel guilty).
  3. Use direct messages for 1-to-1 conversations if you feel there’s no value to Twitter at large to hear the conversation ( got this from @pistachio).
  4. Use services like Twitter Search to make sure you see if someone’s talking about you. Try to participate where it makes sense.
  5. 3rd party clients like Tweetdeck and Twhirl make it a lot easier to manage Twitter.
  6. If you tweet all day while your coworkers are busy, you’re going to hear about it.
  7. If you’re representing clients and billing hours, and tweeting all the time, you might hear about it.
  8. Learn quickly to use the URL shortening tools like TinyURL and all the variants. It helps tidy up your tweets.
  9. If someone says you’re using twitter wrong, forget it. It’s an opt out society. They can unfollow if they don’t like how you use it.
  10. Commenting on others’ tweets, and retweeting what others have posted is a great way to build community.

The Negatives People Will Throw At You

  1. Twitter takes up time.
  2. Twitter takes you away from other productive work.
  3. Without a strategy, it’s just typing.
  4. There are other ways to do this.
  5. As Frank hears often, Twitter doesn’t replace customer service (Frank is @comcastcares and is a superhero for what he’s started.)
  6. Twitter is buggy and not enterprise-ready.
  7. Twitter is just for technonerds.
  8. Twitter’s only a few million people. (only)
  9. Twitter doesn’t replace direct email marketing.
  10. Twitter opens the company up to more criticism and griping.

Some Positives to Throw Back

  1. Twitter helps one organize great, instant meetups (tweetups).
  2. Twitter works swell as an opinion poll.
  3. Twitter can help direct people’s attention to good things.
  4. Twitter at events helps people build an instant “backchannel.”
  5. Twitter breaks news faster than other sources, often (especially if the news impacts online denizens).
  6. Twitter gives businesses a glimpse at what status messaging can do for an organization. Remember presence in the 1990s?
  7. Twitter brings great minds together, and gives you daily opportunities to learn (if you look for it, and/or if you follow the right folks).
  8. Twitter gives your critics a forum, but that means you can study them.
  9. Twitter helps with business development, if your prospects are online (mine are).
  10. Twitter can augment customer service. (but see above)

What else would you add? How are you using Twitter for your business?

By the way, Jeremiah Owyang has a great post on this, too.

The Social Media 100 is a project by Chris Brogan dedicated to writing 100 useful blog posts in a row about the tools, techniques, and strategies behind using social media for your business, your organization, or your own personal interests. Swing by [chrisbrogan.com] for more posts in the series, and if you have topic ideas, feel free to share them, as this is a group project, and your opinion matters.

50 Ideas on Using Twitter for Business

Quer parecer mais inteligente? Elimine essas palavras do seu vocabulário para escrever melhor

Ser mais criterioso com o que você escreve pode te ajudar a ser mais eficiente e preciso na comunicação

Escrita - escrever - pensar - digitar  (Foto: Thinkstock)

Em nossa vida conectada, há cada vez mais emojis, símbolos e simplificações que nos fazem escrever mais rápido e de maneira mais direta no dia a dia. Muitas pessoas também não tem conseguido reservar aquele tempo extra para ler textos mais elaborados e descobrir novas palavras e significados. O que fazer então? Uma das dicas é selecionar melhor as palavras que você mais usa no seu cotidiano. A revista Inc. selecionou um vocabulário específico que você pode eliminar e, assim,  escrever de forma mais sucinta, mas de um modo mais compreensivo e elaborado. Confira:

1. Isso/esse/aquilo/aquela
São palavras muito supérfluas. Procure um documento salvo em seu desktop que contenha alguma dessas palavras. Leia em voz alta. Leia de novo sem elas. Se a sentença funciona sem, elimina essa palvra da frase. Também procure não usar alguma delas para referir-se a uma pessoa.

2. Ir/Fui
Eu fui à escola. Ou à loja, à igreja, à conferência, para Las Vegas, ou para qualquer lugar que você esteja planejando. No lugar de “ir”, opte por “dirigir”, “andar”, “partir”, “deslocar” (no presente e no passado). Há inúmeras palavras que representam um deslocamento de um lugar para outro. Escolha uma. Não seja preguiçoso e encontre a oportunidade de incrementar sua história.

+ 6 conselhos para escrever bem 

3. Completamente 
Adicionar essa palavra à sentença quase soa redudante. Geralmente, algo é necessário ou não é. “Completamente necessário” não faz disso “algo mais necessário”. Exemplo: se você quer recomendar um curso a seus novos funcionários, utilize “essencial” e não “completamente necessário”.

5. Muito
Adjetivos geralmente não precisam de algum tipo de ênfase. Se precisam? Encontre um substituto.  Você está muito feliz? Fique extasiado. Você está muito triste? Provavelmente você está melancólico ou depressivo. “Muito frio” e “muito doce”, por exemplo, significam coisas diferentes para diferentes pessoas. Ser específico faz de sua história melhor, garantindo também que o leitor compreenda exatamente o que você quer dizer.

6. Surpreendente 
Essa palavra é vaga: pode significar algo positivo ou negativo. É sinônimo de maravilhoso, incrível, notável… algo que está em muitos slogans corporativos, domina discursos do Oscar e jogos de futebol. Se tudo é surpreendente, nada no fim é.

7. Sempre
A palavra bloqueia o escritor em um ponto de vista, soa como algo ‘completamente fechado’ e muitas vezes abre espaço para imprecisões na interpretação de quem lê. “Sempre” é raramente algo verdadeiro.  A menos que você esteja sendo bem específico, como dando alguma indicação sobre uma conduta ou instrução, busque outra palavra.

8. Nunca
Ver item 7.

9. Talvez 
Isso faz você parecer desinformado, sem saber muito bem sobre os fatos que está apresentando. Independentemente do tema, tenha a preocupação de estar bem informado e saber exatamente sobre o que escreve . Quando você usa talvez, a única coisa que você comunica com isso é “incerteza”.

10. Coisas 
Esta palavra é casual e muito genérica. Algo que funciona para referir-se a muitas coisas. Não faça referência a ela em tudo. Se você disser a alguém para fazer um curso, porque ela vai aprender um “monte de coisas”, você acha que a pessoa vai se empolgar? “Coisas” é o inimigo da precisão em um texto.

Quer parecer mais inteligente? Elimine essas palavras do seu vocabulário para escrever melhor

Curso mostra que qualquer um pode aprender programação

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Nunca é tarde para aprender a programar. Bill Gates diz que, se há possibilidade de chuva, você precisa se programar para sair de casa com um guarda chuva. É uma piada ruim, mas pertinente. Programação significa organizar tarefas para que elas sejam feitas da melhor maneira possível. No caso de software, é programar para que o mundo funcione. Por isso que cada vez mais gente defende que todo mundo precisa saber pelo menos um pouquinho de programação. É uma das línguas que faz com que nosso planeta funcione.

Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, por exemplo, pediu para os norte-americanos aprenderem a programar.

A iniciativa de Obama foi bem recebida pela sociedade. A Code.org lançou uma iniciativa valiosíssima, The Hour of Code (a hora do código, em tradução livre). A organização defende que qualquer um pode aprender a programar, se quiser. Por aqui, a iniciativa de ensinar programação a quem ainda não programa é do Alura, uma plataforma na qual qualquer pessoa pode discutir, participar e enriquecer o conhecimento de programação, quando e onde quiser.

Para começar, o Alura recomenda a Trilha Primeiros Passos. Ela inclui os cinco primeiros cursos ideias: Lógica De Programação, Praticando Lógica De Programação, Dando Os Primeiros Passos Na Web Com HTML E CSS, Modelagem De Banco De Dados E SQL e Banco De Dados E SQL Complexas.

Mas ai você, que não é bobo, pode se perguntar: 5 cursos com 5 custos diferentes, certo? Errado. O diferencial do Alura – além de ser o conteúdo de melhor qualidade disponibilizado em língua portuguesa – é a possibilidade de ter acesso a todos os cursos. Você paga planos anuais, e não cursos específicos. O que vale é o seu esforço, e não quantos cursos a escola conseguir convencer você a fazer. É sua responsabilidade.

Curso mostra que qualquer um pode aprender programação

5 dicas para sobreviver ao novo algoritmo do Google

google

Por Cadu Alves*

O anúncio de um novo algoritmo de ranking de resultados de buscas do Google mexeu com o mundo da internet esta semana. Mas nem por isto a mudança deve necessariamente ser encarada de forma negativa. Precisamos apenas entender sua lógica e aprender a usá-la de maneira favorável.

O “robô” de buscas do Google passa agora a considerar como a estrutura do seu site roda em dispositivos mobile, como um dos seus 200 algoritmos de rankeamento da ferramenta de buscas. Isto significa que todo e qualquer site deve ser pensado para abrir perfeitamente em um desktop ou celular, no momento de sua concepção.

Este movimento só vai de encontro com um progresso natural do mercado em que os usuários são multiscreeners e acessam a internet e são impactados em diferentes devices. Um espelho disto pode ser visto se analisarmos os dados dos e-shops operados pela Infracommerce em que o share de visitas e receita oriundos de dispositivos móveis vem aumentando entre 6% e 16%, acumulando um aumento de quase 40% no primeiro trimestre de 2015.

Mas, então, o que fazer para não ficar para trás nesta corrida “orgânica” por audiência? Algumas poucas dicas podem garantir a sobrevivência do seu site a este novo algoritmo:

  1. Crie uma versão mobile ou pelo menos responsiva do seu site;
  2. Garanta que ele foi concebido de forma bem estruturada no que diz respeito a navegabilidade e usabilidade para dispositivos móveis;
  3. Desenvolva seu site mobile leve o suficiente para carregar rapidamente mesmo com a baixa velocidade da rede móvel no Brasil;
  4. Crie campanhas de marketing específicas para mobile para manter um bom número de visitas à versão mobile-friendly;
  5. Produza conteúdo específico para a versão mobile como banners e textos para melhorar a experiência do usuário no seu site mobile e a aumentar a retenção da visita.
5 dicas para sobreviver ao novo algoritmo do Google

30 Dias para o Sucesso

No meu trabalho na ONU e em diferentes organizações, notei um padrão que é inclusive usado em negociação estratégica.

Quando você deseja uma mudança permanente, a melhor forma de conseguir a aprovação dos demais envolvidos na negociação é dizer “vamos apenas experimentar, em caráter temporário”.

E não é raro que o experimento temporário acabe sendo prorrogado muitas vezes, com pequenas variações. Essa idéia de apenas fazer um pequeno teste é uma forma como Steve Pavlina apresenta para grandes transformações no texto 30 Days for Success, cuja tradução livre segue abaixo com comentários.

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30 Dias para o sucesso

Um recurso de desenvolvimento pessoal bem poderoso é o teste de 30 dias. Acabei emprestando esse conceito da indústria de shareware, onde podemos fazer o download de uma versão de teste de um software e testar por 30 dias sem compromissos antes de ser necessário comprar a versão completa. Essa é uma ótima maneira de desenvolver novos hábitos e é super simples.

Vamos supor que você deseje criar um novo hábito como um programa de ginástica ou largar um hábito velho como fumar. Todos sabemos que começar e se manter na linha por algumas semanas é a parte mais difícil. Uma vez que passamos pela inércia, é muito mais simples tocar adiante.

Porém, muitas vezes a gente acaba desistindo sequer mesmo de começar ao ficar pensando nessa mudança como algo permanente: antes mesmo de começar. Parece que é demasiadamente intenso ficar pensando nisso como uma grande mudança e ficar preso a essa nova mudança quando ainda temos o hábito de fazer o oposto. Quanto mais a gnete pensa em mudanças como algo permanente, mais vamos ficar reticentes.

Mas e se pensamos em fazer a mudança de forma temporária, digamos por 30 dias, e então ficar livres para voltar aos hábitos antigos? Daí não vai parecer que as coisas são tão difíceis. Faça ginástica diariamente por apenas 30 dias, e depois largue. Mantenha uma mesa organizada por 30 dias, e daí volte a ser bagunçado. Leia uma hora por dia durante 30 dias, e daí volte a assistir TV.

Será que você consegue? Mesmo assim é necessário bastante disciplina e comprometimento, mas nada tão intenso comparado com o desejo de instalar mudanças permanentes. Qualquer limitação é apenas temporária. Você até pode fazer uma contagem regressiva para sua liberdade. E por pelo menos 30 dias, vai receber o benefício. Nada mal. Você consegue. É apenas um mês de sua vida.

Agora, se você de fato completar o teste dos 30 dias, o que vai acontecer? Primeiro, você vai conseguir tocar adiante o suficiente para criar um hábito, e será mais fácil de manter do que comparado à dificuldade do começo. Em segundo lugar, você vai se livrar do vício do seu hábito antigo durante esse período. Em terceiro lugar, você terá 30 dias de sucesso no seu portfolio, de forma que sua confiança em poder continuar aumentará. E em quatro lugar você vai ganhar 30 dias de sucesso, que vão te dar feedback prático sobre o que você pode esperar se continuar, trazendo você em uma posição mais adequada para tomar decisões de longo prazo.

Portanto, quando você atinge o fim do seu teste de 30 dias, sua habilidade de fazer desse hábito algo permanente fica altamente maior. Mas mesmo quando você não está pronto para tornar isso algo permanente você pode optar por aumentar o seu prazo de teste para 60 ou 90 dias. Quanto mais tem você puder prosseguir com o período de teste, mais fácil será incorporar o novo hábito em sua vida.

Um outro benefício dessa abordagem é que você pode a utilizar para testar novos hábitos em que você não tem muita certeza se deseja fazer do hábito algo permanente. Talvez você tenha a vontade de testar uma nova dieta, mas não vai saber se ela é muito rigorosa. Nesse caso, faça um teste de 30 dias e então re-examine. Não tenha vergonha em parar se você sabe que o novo hábito não é adequado para você. É como experimentar um programa shareware por 30 dias e desinstalar se ele não servir para suas necessidades. Sem problemas.

Aqui vão alguns exemplos da minha própria vida em que usei testes de 30 dias para criar novos hábitos:

1) No verão de 1993, queria experimentar ser vegetariano. Não tinha interesse em fazer disso uma mudança para minha vida inteira, mas eu tinha lido bastante sobre os benefícios de saúde do vegetarianismo e assim me comprometi a fazer 30 dias de teste. Eu já estava me exercitando de forma regular, parecia estar em boa forma e não estava acima do peso, mas minha dieta de universitário tipicamente incluia um monte de hamburgers. Virar lacto-ovo vegetariano por 30 dias foi muito mais fácil do que eu imaginava. Não posso dizer que foi difícil e em momento algum me senti limitado. Dentro de uma semana notei um aumento em minha energia e concentração, e com mais clareza de idéias. No fim dos 30 dias, não foi necessário pensar muito. Decidi continuar. Essa mudança parecia muito mais difícil do que acabou sendo.

2) Em janeiro de 1997, decidi tentar me mudar de vegetariano para vegan. Se por um lado os lacto-ovo vegetarianos podem comer ovos e produtos lácteos, os vegans não comem nada que vem de animais. Eu estava desenvolvendo um interesse em me tornar vegan pra vida toda, mas não achava que poderia fazer isso. Como é que eu poderia largar os omeletes com vegetais e queijo? A dieta parecia muito limitada para mim, quase uma coisa de fanático. Mas eu estava muito curioso em saber como era. Assim, mais uma vez eu fiz um teste de 30 dias. Eu achava que conseguiria completar o teste, mas que talvez eu não quisesse ir além dos 30 dias. Bem, eu perdi uns três quilos na primeira semana, principalmente indo ao banheiro pois todo aquele muco dos produtos lácteos foi eliminado 9agora eu sei por que as vacas precisam de quatro estômagos para digerir tudo direito). Me senti fraco nos primeiros dias mas então minha energia aumentou. Também me senti com a mente mais clara do que nunca, como se uma “névoa mental” tivesse ido embora. Parecia que meu cérebro tinha recebido um upgrade de RAM e CPU. Porém a maior mudança que eu notei foi em minha resistência. Eu estava vivendo na Marina del Rey na época e costumava correr na praia do Pier de Santa Monica, e notei que eu não ficava tão cansado depois das minhas corridas de 5 km. E assim fui aumentando para 8 e 16 km e eventualmente uma maratona alguns anos depois. No Tae Kwon Do, a resistência me deu um aumento no meu sparring também. Os benefícios acumulados eram tão grandes que as comidas que eu estava deixando de comer nem pareciam mais muito atraentes. Então, mais uma vez, não precisei pensar duas vezes em continuar depois dos meus 30 dias, e até hoje eu sou vegan. O que eu não esperava era que depois de tanto tempo nessa dieta, os antigos produtos de origem animal que eu costumava comer nem parecem mais comida, de forma que eu não me sinto limitado.

3) Também em 1997, decidi que eu queria me exercitar todos os dias durante um ano. Essa foi a minha resolução de ano novo em 1997. Meu critério seria que eu me exercitaria de forma aeróbica pelo menos 25 minutos por dia, e eu não incluiria as minhas aulas de Tae Kwon Do que eu já estava fazendo duas a três vezes por semana. Junto com minhas mudanças de dieta, queria colocar minha boa forma em um padrão melhorado. Não queria deixar um único dia sem exercício, mesmo os dias de doença. Mas ficar pensando em fazer exercício 365 dias seguidos foi algo de dar cansaço só de pensar. E por isso eu mentalmente comecei com um teste de 30 dias. Não foi muito ruim. Depois de um pouco tempo cada dia que passava era um novo recorde: 8 dias seguidos, 10 dias, 15 dias… e foi ficando mais difícil de largar.  Depois de 30 dias seguidos, como é que eu não poderia fazer 31 e alcançar um novo recorde? E você consegue imaginar largar depois de 250 dias? De forma alguma. Depois do primeiro mês que criei o hábito, o resto do ano foi moleza. Me lembro de ir a um seminário nesse ano e chegar em casa depois da meia noite. Eu estava com um resfriado e estava bem cansado, mas mesmo assim fui correr às duas da madrugada na chuva. Algumas pessoas dizem que isso é uma burrice, mas eu estava tão determinado em alcançar meu objetivo que eu não deixaria o cansaço ou a doença me parar. Eu tive sucesso e continuei assim o ano inteiro sem deixar passar um único dia. Na verdade, eu continuei por algumas semanas em 1998 quando finalmente decidi parar, o que foi uma decisão difícil. Eu queria fazer isso por um ano, sabendo que seria uma poderosa experiência de referência futura, e acabou sendo.

4) Mais sobre dieta… Depois de ser vegan por alguns anos, tentei algumas variações da dieta vegan. Tentei por 30 dias tanto a dieta macrobiótica como a dieta de alimentos crus. Foram interessantes e me deram novas idéias, mas eu decidi não continuar com nenhuma delas. Não havia me sentido de forma diferente depois de comer macrobiótico do que me sentia antes. E no caso da dieta de alimentos crus, eu senti um aumento de energia bem significante. Mas exigia muito trabalho. Eu estava gastando muito tempo preparando comida e indo para as compras com muita frequência. Claro que é possível comer apenas frutas e vegatais crus, mas para fazer alimentos interessantes, existe muito trabalho envolvido. Se eu tivesse um cozinheiro particular, provavelmente estaria seguindo a dieta de alimentos crus pois acho que os benefícios realmente compensariam. Fiz uma segunda tentativa da dieta de crus por 45 dias, e novamente minha conclusão foi a mesma. Se descobrisse que eu tenho uma doença grave ou câncer, eu imediatamente mudaria pra comer apenas crus, já que acredito que é a melhor para uma saúde otimizada. Nunca tive tanta energia em minha vida do que na época em que comi crus. Mas foi muito difícil tornar isso prático. Mesmo assim, consegui incorporar algumas comidas macrobióticas e crus na minha dieta. Existem dois restaurantes de crus aqui em Vegas e eu gosto de comer ali pois existe outra pessoa que prepara tudo. Então, essas tentativas de 30 dias tiveram sucesso pois trouxeram novas conclusões, apesar de em ambos os casos eu ter propositalmente decidido continuar com o hábito antigo. Um dos motivos para um teste de 30 dias ser importante é que com as novas dietas passamos as primeiras semanas desintoxicando e superando desejos, de forma que é somente depois da terceira ou quarta semana que conseguimos entender com clareza o que está acontecendo. Acho que se você não tenta uma dieta por pelo menos 30 dias, você simplesmente não consegue entender. Cada dieta traz sensações muito diferentes do que transmitem numa primeira vista.

O método dos 30 dias parece funcionar melhor com hábitos diários. Não tive muita sorte aplicando em hábitos que apenas acontecem entre 3 a 4 vezes por semana. Porém, pode funcionar bem se você aplica diariamente por 30 dias e depois interrompe. Isso é o que eu faço quando inicio um novo programa de exercícios, por exemplo. Os hábitos diários são muito mais fáceis de serem implementados.

Aqui vão algumas idéias para aplicar os testes de 30 dias:

  • Ficar sem ver TV. Grave todos os seus programas e os guarde para o fim do teste. Minha família inteira fez isso uma vez, e foi algo bastante educativo.
  • Largar fóruns online, especialmente se você está sentindo que está ficando viciado em fóruns. Isso vai ajudar a você quebrar seu vício e ter um sentido mais claro de como a sua participação no final das contas contribui para seus resultados (se é que contribui para algo). Você sempre vai poder se atualizar sobre os acontecimentos dos 30 dias.
  • Tomar banho ou se barbear diariamente. Eu sei que você não precisa dessa dica, então por favor passe adiante pra pessoa que precisa.
  • Conhecer uma pessoa nova por dia. Inicie conversas com estranhos.
  • Sair todas as noites. Ir para um lugar diferente a cada vez, e fazer algo divertido. Esse será um mês memorável.
  • Listar algo novo no ebay todos os dias. Livre-se de tralhas.
  • Convidar uma pessoa nova para um encontro romântico a cada dia. A não ser que a sua taxa de sucesso seja abaixo de 3%, você vai conseguir pelo menos um novo encontro, quem sabe até mesmo conhecer alguém pra casar.
  • Se você já está em um relacionamento, dê uma massagem diária para a pessoa que ama. Ou ofereça a alternar quem é que ganha a massagem diária, de modo que são 15 massagens por pessoa.
  • Largue todos os cigarros, refrigerante, junk food, café ou outros hábitos ruins.
  • Passe a acordar mais cedo.
  • Escreva em seu diário todos os dias.
  • Ligue para um membro de sua família, amigo ou contato profissional a cada dia.
  • Faça 25 ligações comerciais a cada dia para propor novos negócios. O palestrante profissional Mike Ferry fez isso por cinco dias por semana durante dois anos, mesmo nos dias em que ele estava dando palestras. Ele atribui esse hábito ao fato de ter construido seu negócio ao ponto de ter mais de dez milhões de dólares por ano em vendas. Se você está fazendo 1300 ligações comerciais por ano, você conseguirá um belo negócio não importa quão ruim forem seus talentos comerciais. Você pode generalizar esse hábito para qualquer tipo de trabalho de marketing, como criar novos links para seu web site.
  • Escreva um blog post por dia.
  • Leia uma hora por dia em assunto que te interesse.
  • Medite diariamente.
  • Aprenda uma palavra nova por dia para aumentar seu vocabulário.
  • Faça uma caminhada diariamente.

De novo, não fique achando que você deve continuar qualquer desses hábitos por mais de 30 dias. Pense nos benefícios que você conquistará apenas nesses 30 dias. Você pode reavaliar depois do período de testes. É certeza que você vai crescer com a experiência, mesmo que de forma temporária.

O poder dessa abordagem repousa em sua simplicidade. Mesmo se fazer uma certa atividade a cada da possa ser menos eficiente do que seguir uma programação mais complicada – como no caso da musculação em que o descanso é um componente fundamental – você provavelmente conseguirá lidar melhor com o hábito diário. Quando você se compromete a fazer algo todos os dias sem exceção, você não tem como racionalizar ou justificar deixar de fazer naquele dia específico ou prometer que vai colocar as coisas em ordem mais tarde.

Dê uma chance aos testes. Se você estiver pronto a se comprometer a um deles agora, fique à vontade para deixar seu comentário e compartilhar seu objetivo pelos próximos 30 dias. Se houver interesse suficiente, então alvez a gente possa fazer uma avaliação daqui a 30 dias para ver como a gente se saiu. Eu posso fazer cmo vocês. O meu será correr ou andar de bicicleta por pelo menos 25 minutos ou fazer uma caminhada de no mínimo 60 minutos nas montanhas a cada dia pelos próximos 30 dias. O tempo aqui em Vegas tem sido ótimo ultimamente, e então esse é um ótimo momento para me exercitar fora de casa.

O ponto é muito válido. Na minha experiência de trabalho com indivíduos mas também com organizações, uma coisa que eu vejo sempre acontecendo é como as soluções temporárias se tornam definitivas, já que é necessário investir muita energia para uma nova transformação.

Assim, uma ótima forma de fazer um brain-hack é encarar o desafio adiante como algo temporário, como propõe Steve.

Concordo também com o Steve de que esse sistema é especialmente bom para hábitos diários. No caso da academia para musculação, o que funcionou de forma simples e sem falhas é o método do dinheiro na caixa.

Seiiti Arata é fundador da Arata Academy e autor do curso Como Aprender Mais Rápido. Está também focado no curso de enriquecimento A Classe Alta , no curso de carreira profissionalDuplique Seu Salário e no treinamento em empreendedorismo EmpreDig.

30 Dias para o Sucesso

É hora de repensar a cultura digital

COMPUTER COLLAGE

Há algumas semanas uma foto de um casal de indígenas de peito nu, pertencente ao acervo da Biblioteca Nacional e integrante de um projeto de difusão do patrimônio fotográfico brasileiro, foi censurada pelo Facebook. Já havia ouvido relatos de artistas e ativistas sobre casos de censura dentro dessa rede social, mas não achei que eles chegariam ao ponto de censurar o estado brasileiro. Pois censuraram, e nós reagimos, anunciando que os processaríamos com base nas nossas leis e no nosso respeito à Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade Cultural. Antes de decidir pelo processo, cheguei a procurar os gestores do Facebook no Brasil, mas eles se recusaram a rever a censura. Depois do barulho, recuaram. Um recuo tático, como sabemos, pois se trata de prática recorrente. Esse episódio teve várias consequências. Entre elas, reforçou minha convicção de que é preciso repensar a cultura digital e rever o foco do Ministério da Cultura (MinC) nesse campo.

No início do governo Lula, em 2003, quando assumi como Secretário Executivo de Gilberto Gil, a internet era incipiente no Brasil. O acesso à banda larga não chegava a um milhão de pessoas, mas a percebíamos como uma possibilidade democratizante que mereceria nossa atenção. Nos Estados Unidos e na Europa, a empolgação com essa nova infraestrutura de comunicação havia gerado uma bolha especulativa que ruiu na velocidade e dimensão estonteante com que surgiu. A quebra da bolsa de valores das empresas.com, a Nasdaq, em 2001, abriu novos horizontes e propiciou a emergência de uma série de iniciativas que viriam a ser reconhecidas a partir de 2004 pelo termo web 2.0, por promover a interatividade e a participação dos usuários na criação e no desenvolvimento dos serviços e soluções de comunicação digital.

O MinC, em nossa gestão, resolveu estimular a internet baseada no software livre, na colaboração e no compartilhamento. Entendíamos que essa tecnologia precisaria ser compreendida em seu aspecto cultural. Gil passou a discursar recorrentemente sobre o tema, e nós nos concentramos em desenvolver iniciativas que concretizassem o desejo de estimular a criação nesse novo contexto. As primeiras ações de cultura digital ocorreriam a partir de 2004 dentro do programa Pontos de Cultura. Hoje uma Lei Federal, os Pontos de Cultura à época buscavam reconhecer e premiar, por meio de um edital nacional, grupos componentes da ancestral teia viva da cultura brasileira e que jamais haviam se relacionado com o Estado brasileiro de forma cooperativa.

Cada Ponto de Cultura, que podia ser desde uma associação de coco de umbigada a uma posse de hip hop, recebiam um kit multimídia com computadores, máquinas fotográficas, gravadores e softwares livres mais conexão à internet, para produzirem conteúdos baseados em suas práticas e os distribuírem em rede. A iniciativa foi um sucesso e conformou em torno de si uma rede de jovens entusiastas das tecnologias integradas à experiência cultural. Essa visão pública sobre um tema inovador levaria nosso país a obter um importante reconhecimento internacional.

A ação cultura digital nos Pontos de Cultura se desdobrou em inúmeras outras iniciativas, com a promoção da produção de jogos eletrônicos, de audiovisual colaborativo, de desenvolvimento de plataformas livres, entre outras. Em 2009, já como Ministro da Cultura, promovi a realização do 1º Fórum da Cultura Digital com o objetivo de elaborar uma ampla política para o campo. Nessa mesma época, começamos a desenvolver soluções digitais de participação social, fortalecendo o sonho de uma democracia efetivamente participativa, como no caso do Marco Civil da Internet, cujo processo de consulta pública em rede ocorreu dentro da plataforma CulturaDigital.Br.

Esses desdobramentos caminhavam pari passu com a emergência de uma série de serviços baseados na lógica da colaboração, como os sites de redes sociais e a popularização do acesso aos computadores e da conectividade. Em 2010, quando deixei o MinC, os usuários de internet já eram cerca de 65 milhões de brasileiros, e na agenda da cultura digital tínhamos um claro programa a ser posto em prática, com o Plano Nacional de Banda Larga, o Marco Civil da Internet, a modernização da lei de direitos autorais e políticas culturais inovadoras de fomento à criatividade.

Ao reassumir o Ministério da Cultura, encontro outro cenário.

Se em 2003 vivíamos a esperança de uma internet efetivamente democratizante, hoje já sabemos os benefícios e malefícios que temos diante de nós. De 2011 para cá, vivemos os levantes globais que começaram com a Primavera Árabe e passaram pelos Indignados na Espanha e o Occupy Wall Street nos Estados Unidos até chegarmos aos protestos de junho no Brasil. Processos políticos articulados em rede, com uso intensivo da internet e das mídias sociais. De outra parte, as revelações de Edward Snowden demonstraram que um aparato gigantesco de espionagem foi montado pelo governo dos Estados Unidos por meio da rede mundial de computadores. Algumas poucas corporações se tornaram hegemônicas e muito poderosas, como é o caso da Google e do Facebook, dragando assim a prometida multiplicidade de vozes que pretendíamos estimular, chegando ao ponto de desrespeitarem as legislações nacionais e internacionais de proteção da diversidade cultural como no caso supracitado. No âmbito interno, o Marco Civil da Internet foi aprovado, mas ainda carece de regulamentação. E no caso das políticas públicas de cultura, houve uma clara retração entre o que tínhamos quatro anos atrás e o que temos agora.

O ciclo da esperança, do elogio da potência, deu lugar à era da razão. Nesse processo de repensar a cultura digital devemos ir fundo. Até o conceito deve ser ressignificado, porque falar em cultura digital já soa bastante limitado. Entendo que, no caso brasileiro, essa denominação contribui para conectar um conjunto disperso de atores sociais que tem em comum trabalhar com internet, seja na regulação, nos direitos autorais, em ações sociais ou na criação artística. Sua utilização, portanto, ajuda a aglutinar o que poderia ser só fragmentação. Mas acredito que o debate sobre as relações entre arte, cultura e tecnologia vai além da cultura digital e da internet, e hoje é central para enfrentar o iminente colapso ambiental que os cientistas têm projetado nos painéis internacionais sobre o clima. Ainda assim, sigo crendo que as novas tecnologias da informação e da comunicação podem ser vistas como uma eficaz forma de distribuição do poder simbólico e político. As forças do mercado, no entanto, têm criado uma camada de serviços e aplicações que centraliza o que antes era descentralização. Como lidar com essa conjuntura?

Um ponto de partida é deixar de apenas afirmar a cultura digital para pensarmos qual cultura digital queremos. Que tipo de sociedade gostaríamos de ver realizada a partir dessa onipresença das tecnologias de informação e comunicação em nosso cotidiano? Acredito que uma parte do papel do Ministério da Cultura é retomar aquilo que iniciamos em 2003, atualizando-nos institucionalmente para lidar com a estruturação de programas sólidos e permanentes de promoção da inovação cidadã e do desenvolvimento de tecnologias abertas e livres. A cultura e a arte são essenciais para a criação de tecnologias comprometidas com o futuro planetário. No meu entender, essa retomada deve vir acompanhada de novas políticas, programas e ações que afirmem o interesse público sobre os interesses comerciais, valorizando a diversidade cultural e permitindo a expressão múltipla das vozes políticas e culturais de nosso país. E devemos fazer isso em diálogo com o mundo.

É hora de repensar a cultura digital

Ensinar programação a crianças é hoje uma chave para o futuro

Programação é parte essencial da educação para preparar as crianças de hoje para o mercado do trabalho no século XXI, dizem educadores.

Cruzando os Estados Unidos em uma van, vendendo comida mexicana, seu objetivo é lutar contra animais mutantes fruto de uma guerra nuclear e transformá-los em recheios deliciosos para os tacos que são vendidos dentro de cidades fortificadas. A missão é chegar até a cidade canadense de Winnipeg.

Este é universo do jogo “Gunman Taco Truck”, criado por Donovan Romero-Brathwaite, de 10 anos. “É apenas um jogo que uma criança inventaria”, diz Brenda Romero, desenvolvedora de videogames há mais de 30 anos e mãe de Donovan.

E, mesmo assim, o GTT já foi licenciado por um editor de videogames para Mac, PC, iOS e Android e também deve chegar aos jogos de consoles. É um ótimo resultado para algo que nasceu em aulas de programação dadas por John, pai de Donovan e um importante desenvolvedor de videogames.

A condição de Donovan, com pai e mãe programadores, é rara. Na verdade, em números recordes, as crianças estão aprendendo uma habilidade que seus pais não possuíam: programação.

E segundo os responsáveis por ensiná-los, a programação é apenas o começo. O que essas crianças estão aprendendo agora — o que elas devem aprender, caso esperem conseguir um emprego no século 21 — é algo que os educadores chamam de “alfabetização procedural”.

“Quando você aprende a programar, você começa a pensar sobre os processos no mundo”, diz Mitchell Resnick, professor do Instituto de Tecnologia de Massachussetts, o MIT, que lidera os esforços para desenvolver uma linguagem de programação acessível às crianças chamada Scratch.

A Scratch já tem 6,2 milhões de usuários registrados e é acessível para crianças a partir de cinco anos.

A programação não é apenas adequada para treinar crianças a resolver problemas, mas também a como se expressar, diz Resnick.

“O que é fascinante com relação à ciência da computação é que ela exige habilidades analíticas, solução de problemas e criatividade, enquanto também é fundamental e vocacional”, diz Hadi Partovi, um dos fundadores do Code.org, uma organização sem fins lucrativos que promove a educação para programação de computadores.

Nem toda criança que aprende a escrever se torna um novelista, nem todo mundo que aprende álgebra se torna um matemático, mesmo assim nós tratamos os dois como habilidades fundamentais que toda criança deve aprender. A programação é a mesma coisa, dizem educadores como Partovi e Resnick, que estão pressionando para disponibilizá-la para todas as crianças americanas.

A Agência de Estatísticas do Trabalho estima que haverá um milhão de vagas não preenchidas para programadores nos Estados Unidos até 2020. E isso pode estar subestimado, diz Partovi. Ele diz que quanto mais software e hardware são criados pelo homem, mais trabalhos do setor de software são necessários, à medida que novas plataformas como smartphones e drones ampliam seus próprios ecossistemas de software.

E eu vou ainda mais fundo: entender que no futuro nenhuma profissão ficará intocada pelas máquinas significa admitir que a programação é parte das ciências humanas e, portanto, uma habilidade básica que toda criança deve ter.

Afinal, a definição original de “ciências humanas” significava o corpo de conhecimento exigido para participar da vida cívica, incluindo o que era então conhecido como astronomia e matemática.

Educadores que estão fazendo treinamento profissional para aprender a incorporar a programação em suas aulas não incluem apenas professores de matemática e tecnologia, mas também professores de línguas, diz Partovi. A programação é, de certo modo, apenas outra forma de escrever, embora uma destina-se a criar histórias que são interativas e dinâmicas, diz Resnick.

As escolas públicas continuam lentas nessa adaptação. A maioria, incluindo a escola de Donovan, não oferece aulas de programação. Partovi diz que esse é o maior obstáculo para o progresso.

Os tablets são um veículo natural para o aprendizado mesmo para crianças que ainda não leem. Esses dispositivos não exigem que as crianças aprendam a usar o mouse e o teclado, o que pode ser complicado. Crianças pequenas facilmente absorvem as lições de jogos de programação como “Lightbot”, diz Gretchen LeGrande, que preside a Code in the Schools (Codificação nas Escolas, em tradução livre), um grupo sem fins lucrativos focado em meninas e minorias.

Todo mundo que entrevistei observou que a melhor forma de atingir crianças era incentivá-las a criar jogos ou transformar os exercícios de aprendizado em uma forma de brincadeira.

LeGrande ensina a crianças conceitos de código binário usando apenas um conjunto modificado de cartas. O grupo de crianças registradas na linguagem Scratch trocam animações, códigos e histórias em um gigantesco bazar on-line de brincadeiras criativas. Jogos baseados em livros populares para crianças são comuns.

Enquanto isso, Donovan não tem ideia que ele é a personificação de uma mudança profunda na forma de educar as crianças. Ele está muito ocupado aprendendo design, direção de arte e até vendas. É que “Gunman Taco Truck” já tem uma linha de camisetas.

Fonte: Wall Street Journal Brasil

Ensinar programação a crianças é hoje uma chave para o futuro

Varejo online movimentará R$ 63,9 bilhões em 2015

ecommerce

De acordo com o levantamento da E-Consulting, o Índice do Varejo Online (VOL) – soma trimestral dos volumes de transações online de automóveis, bens de consumo e turismo através de lojas virtuais – indica que o comércio eletrônico no Brasil deve movimentar cerca de R$ 63,9 bilhões em 2015.

O volume registra um crescimento de 20,34% em relação ao ano anterior. Segundo o estudo, um dos fatores que impulsionou os números do e-commerce brasileiro foi a consolidação das operações online de grandes varejistas.

O levantamento revela que, entre as três categorias que compõem o índice, o bens de consumo é a classe mais promissora, representando em 49,7% do varejo online. A previsão para este é que categoria cresça 42%, saindo de um volume de R$ 26,4 bilhões para R$ 32,2 bilhões. Uma das razões que ainda garante esta elevação é a aquisição de produtos mais caros e a disseminação das práticas de financiamento ao consumo online feitas por grande parte das operações de e-commerce.

Já o turismo online, que contempla 25,6% da fatia do VOL 2015, continuará na casa dos 19%, como no ano passado, porém com a expectativa de gerar R$ 17,6 bilhões frente aos 13,6 bilhões de reais movimentados em 2014. O destaque ainda são os programas de estímulo ao turismo interno no Brasil por parte do Governo Federal, além do crescimento do volume de viagens de negócios.

Por fim, está o segmento de automóveis, que envolve transações de carros, motos e peças. Para a categoria, com participação de 24,7%, no varejo online estima-se uma expansão de 6%. Por ser um setor maduro e que experimentou forte crescimento levam este nicho a apresentar uma evolução menos expressiva se comparada às demais subcategorias. O volume parte de R$ 13,1 bilhões para R$ 14,1 bilhões.

Segundo o estudo, entre os critérios positivos que motivam a compra na web, o item comodidade é o mais lembrado para 57% dos consumidores virtuais, ouvidos para o estudo. Em seguida, os preços competitivos é outro motivador para 54% dos entrevistados. Diversidades de ofertas e facilidades de pagamento oferecidas pelas lojas virtuais com meios de pagamentos seguros foram lembrados, respectivamente, por 53 e 45% dos internautas.

“Neste ano de crise, ao contrário do que se pode supor, o e-commerce deve funcionar como um bom substituto de alguns modelos tradicionais porque é mais cômodo, comparativo, eficiente e, muitas vezes, mais barato. Assim, além do e-commerce padrão, ganham força modelos como C2C e redes/sites de troca, clubes de compras e novas formas de compras coletivas, modelos de assinatura, e-commerce orientado a serviço (as a service), modelos de rebate e desconto, revendas online e ofertas específicas online para portfólios de marcas mais tradicionais, dentre outros”, explica Daniel Domeneghetti, sócio fundador da E-Consulting.

O levantamento também aponta que o número de consumidores online deve continuar aumentando, representando 49,6 milhões de e-consumidores (uma taxa perto de 20% de crescimento). Já o volume de internautas no Brasil foi um dos que cresceu mais rapidamente em todo o mundo tendo um incremento de 17,12%, o que contabiliza para um total com mais de 102 milhões de pessoas acessando as redes”,

Medido há mais dez anos, o cálculo do VOL, inclui em sua soma a potencialização do e-commerce B2C (do inglês,Business to Consumer) nas modalidades tradicional, mobile-commerce, social commerce e compras coletivas, além do C2C (do inglês, Consumer to Consumer).

Varejo online movimentará R$ 63,9 bilhões em 2015

10 clássicos da ficção científica para ativar sua imaginação

Todos sabem que ler é um ótimo hábito e que as leituras são muito mais ricas em detalhes do que os filmes, por exemplo. Além disso, ler exercita sua imaginação e é um ótimo passatempo.

Nos livros de ficção científica, a arte e a ciência se unem e fazem do gênero, um dos mais populares do mundo.

Separamos uma lista com dez clássicos do gênero para mergulhar em novos universos e fazer sua mente trabalhar.

1 – Trilogia “Fundação”, de Isaac Asimov

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2 – Coleção “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams

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3 – “Eu, robô”, de Isaac Asimov

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4 – Box “Crônicas de Duna”, de Frank Herbert

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5 – “Encontro com Rama”, de Arthur C. Clarke

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6 – “Vinte Mil Léguas Submarinas”, de Julio Verne

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7 – “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley

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8 – “Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury

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9 – “Neuromancer”, de William Gibson

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10 – “1984”, de George Orwell

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10 clássicos da ficção científica para ativar sua imaginação